Informativo

Seminário: Terraços Atacamenhos: da alteração do solo sob regime antrópico às mudanças climáticas

07/06/2024

Mestrando: Fabrício Morais Rosa

Orientador: Prof. Carlos Ernesto Schaefer

Data: 10/06/2024

Horário: 16 horas

Local: Auditório ESB

Resumo:
O Deserto do Atacama, considerado o ambiente desértico mais antigo do planeta, possui uma história de ocupação humana que remonta aos primórdios do Holoceno. Essas comunidades desenvolveram ao longo dos séculos uma profunda conexão com o ambiente árido, baseada em práticas agrícolas e de criação de animais adaptadas a condições extremas. Sua relação com a terra e a água é central para suas identidades culturais, e a sobrevivência no deserto depende do uso racional dos recursos hídricos. No entanto, as mudanças climáticas recentes representam uma ameaça crescente para essas práticas tradicionais. A diminuição dos campos de neve de alta montanha tem impactado significativamente o fornecimento de água para irrigação, colocando em risco a segurança alimentar e econômica das comunidades atacamenhas. Em resposta a esses desafios, é essencial compreender como essas comunidades estão adaptando suas técnicas agrícolas e redefinindo suas relações com o solo e suas alterações. O projeto de pesquisa proposto concentra-se em seis povoados Lickanantay (atacamenhos) específicos – Ayquina, Camar, Caspana, Cupo, Socaire e Toconce – na região política de Antofagasta. Serão realizadas coletas de amostras de solo para análises físico-químicas a fim de, entender as mudanças realizadas pelo uso e ocupação, além de, entrevistas abertas com os agricultores e agricultoras locais. Essas entrevistas visam não apenas documentar as práticas agrícolas das comunidades, mas também entender suas experiências de vida e suas crenças culturais relacionadas à terra e à água. A compreensão dessas interconexões entre práticas agrícolas, crenças culturais e mudanças climáticas é essencial para desenvolver estratégias de adaptação eficazes e culturalmente sensíveis. É importante destacar que este estudo faz parte do projeto Rede Terrantar, que visa abordar os desafios das mudanças climáticas na região dos Andes e da Antártica. Ao se concentrar nas comunidades atacamenhas, o projeto contribui para uma compreensão mais abrangente das complexidades das mudanças climáticas e suas implicações locais e globais.